domingo, 24 de novembro de 2013

Tempo entediado



“Existem esperas tão longas e lentas, que deixam até o tempo entediado.”

“Quando, enfim, acreditamos que sabemos todas as respostas, constatamos a fria realidade de que vínhamos todo o tempo adequando as perguntas às respostas que já tínhamos.”

“... até a vida é temporária.”

“Até mesmo o mais devotado existencialista, que sabe que a vida não possui sentido algum, passa sua própria vida buscando dar sentido à vida. Mas ele precisará de tempo para isso. E essa relação forçosa com o tempo faz com ele mergulhe, mais ainda, na crença de que não há sentido, situando-se, então, no interminável conflito desejo x conhecimento.”

“Todos nós somos terminais. A questão é quanto tempo vamos ficar terminando.”

“Eu estava pensando em momentos na vida do ser humano em que o tempo mostra a sua face para o sujeito. Existem momentos na nossa vida em que o tempo pesa tão real e presente, que a gente pode ver até o brilho de seus olhos, sentir seu peso, cheiro, textura e até o som. Fico imaginando, por exemplo, um ser humano, num momento de fúria e privação dos sentidos, que mata a pessoa amada, e, no mesmo instante em que mata, recobra os sentidos e experimenta uma relação direta com a figura do tempo. Seu desejo é pedir, ou melhor, puxar o tempo de volta, pela capa (porque o tempo usa uma capa, e já estará indo embora), de modo a desfazer o feito. A pessoa pode, durante o ato, sentir a presença viva do tempo, e tudo isso se deu numa fração de tempo tão ínfima, que não custava nada um pequeno retrocesso. Mas o tempo tem mão única.”

“Nunca se está o suficientemente forte, para voltar no tempo.”

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